Menu vegetariano: Green Pisci. Há um bom motivo, se acalme!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009 1 comentários

Menu vegetariano de cu é rola. Mas, um minuto, maestro, mais respeito porque hoje almoçaram aqui Vina e sua mina. Enfim, hoje é dia de estar cervejetarianamente correto. Já que a mina do Vina, ok, sem machismos, a Vivian renega tudo que não seja peixe, nem um franguinho mano!, o cardápio de hoje será pra vegetariano achar que está por cima: o que chamarei de Green Piscis, vide título. But don't worry babe. It will be gostoso pra chuchu.

Mas, antes, um momento de reflexão e crítica social. A estrutura social, hegemonicamente onívora, cria um movimento de repressão em relação à culinária vegetariana, obrigando esta a submeter-se às mais desagradáveis formas de tortura, como o uso de carne de soja, PVT, essas merdas. É que, por motivos estéticos, a imitação de carne em restaurantes vegetarianos faz parecer que não é possível cozinhar bem sem carne. Para falar a verdade, a base de quase tudo quanto é comida, exceto sarapatel e familiares, é toda feita por vegetais e não carnes. É claro que estas sustentam a existência, em geral, de um bom prato. Mas, enfim, é possível. Believe me.

Fora o peixe frito, não teve defunto nas panela. Servi caldo de ervilha, opcionalmente com peixe frito, e uma quiabada ao funghi na manteiga com pitadas abobrinha. Não tem muito segredo: frite na manteiga gengibre, depois jogue cebola roxa, coentro, pimentão, etc. Vão: quiabo (use limão para tirar a baba), funghi e abobrinha.

O melhor de tudo foi o peixe frito com caldo de ervilha. Ou vice-versa. Mas para comer tanta comida vegetariana, muita cerveja. Muita cerveja. E o problema de cozinhar sem azeite de dendê é que, estirado no sofá, cê fica com uma nostalgia de uma preguiça daquelas.



Peixe frito

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Eu nunca tinha feito peixe frito. Quando comprei o vôngole para fazer o meu mais perfeito prato, o Caldo de Vôngole Tropicanalha, aproveitei a ida à peixaria e tinha comprado uns peixes para fritar. Acabou encalhado no congelador e resolvi usar hoje. Pesquisei no Google sobre como fritar peixe, etc., reuni umas experiências e fritei do que já é meu próprio jeito. Ficou bom, não diria perfeito.

Minha própria avaliação do peixe frito: bom

Ingredientes para fazer peixe frito

500gr de peixe limpo e pequeno (eu não sei a marca do que comprei, garanta-se que seja um cuja espinha não atrapalhe)
Farinha de trigo
Sal
3 limões
Óleo

Como fazer o peixe frito

Garantido-se que o peixe esteja limpo, lave-os e coloque num pirex. Esprema com as mãos mesmo o limão, depois espalhe o sal. Use as mãos para fazer o tempero pegar no peixe. Depois, deixe descansando por uns 15min.

Num prato, coloque a farinha. Pegue cada peixe do pirex, não deixando ele estar muito molhado. Vá passando o peixe na farinha, até ela formar uma camada. Repita o processo com cada peixe, e vá colocando eles num prato limpo com cuidado.

Numa frigideira ou panela, despeje um tantão de olho, muito óleo! Jogue um peixe por vez. Deixe fritar, sempre virando o lado do peixe. Acho que demorou, no meu caso, uns 7-10 minutos até ficar bom. Na segunda leva, menos tempo. Quando retirar o peixe, coloque-os em uma bandeja com papel para secar. Pronto, está na mão.

Peixe frito cai muito bem com uma pimentinha e uma cerveja gelaaaaaaaada. No caso de hoje, comemos com caldo de ervilha. Boa sorte aê.

Caldo de Ervilha Sublime

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O Caldo de Ervilha Sublime foi um acaso. Era pra fazer uma ervilha que comeríamos como feijão. Mas o empolgadão aqui jogou tanta água, que ao abrir a panela de pressão deparou-se com uma espécie de leite verde. Daí, corri para a geladeira, apanhei o requeijão e, claro, a arma infalível que é a farinha de mandioca. Fiz a mistura básica. No final, deu bem certo.

Minha avaliação do Caldo de Ervilha Sublime: Bastante bom

Ingredientes

250gr de ervilha seca
3 cebolas brancas médias
4 dentes de alho picados
150gr de requeijão
1,5l de água morna
Sal a gosto
Farinha de mandioca
Azeite de oliva
Meio molho de coentro (picado)

Modo de preparo

Na panela de pressão, jogue azeite de oliva, deixe esquentar. Jogue a cebola, misture bem, deixando dourar o máximo possível. Jogue a ervilha seca, continuando a misturar. Só comece a jogar água quando não tiver mais jeito, mano, evitando - ora pois! - queimar. A água deve ser jogada aos poucos, mas não deixe ela cobrir a ervilha ainda. Jogue também o sal. O negócio é deixar cozinhando com pouca água durante uns quinze minutos, sempre jogando mais quando necessário. Jogue o coentro picado e o alho. Feche a panela de pressão e deixe cozinhar por cerca de 30 minutos em fogo baixo. Daí, abra a panela: deve estar um líquido leitoso, tudo meio dissolvido. Religue o fogo baixo, deixe cozinhar enquanto você apanha a farinha de mandioca. Você precisará de duas a três mãos de farinha. Faça assim: pegue um punhado de farinha de mandioca e deixe ela escorrer pela mão enquanto você mexe o caldo, evitando formar bolotas de farinha (se formar, esprema depois com um garfo). Lembre-se que são de duas a três mãos e o resultado final deve ficar um pouco mais consistente que uma sopa. Depois, desligue o fogo, jogue o requeijão e misture bem. Jogue o azeite e misture bem (azeite nunca é demais!). Tampe a panela, espere uns 10min. Abra, ficará assim:


Sirva em cumbucas e corra para o abraço da galera ou o beijo de sua paixão!

Sugestão de consumo: com peixe frito


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Viagem a Minas e o fígado a que será que se destina!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009 0 comentários
Hoje à noite viajarei para Minas (mais especificamente Ouro Preto). Ê terra de prosa e cachaça, que beleza! Será a formatura dos meus colegas de Letras da UFOP. Eu segui caminhos tortuosos, mudei para a USP, e antes de mim se formarão também os camaradas uspianos, que eu sei lá se me formo. Mas o importante é que este feriado de sete de setembro será a celebração da independência dos meus amigos e, claro, de meu fígado em relação a minha alma e meu resto. Mas não só o meu, de todos que lá estarão a que será que se destina. Saudemos todos os fígados independentes do Brasil! Viva!

E por falar em Minas, é verdade que lá estão os mais respeitáveis bebuns do Brasil. Em São Paulo acham que eu sou foda bebendo, mas em Minas eu sou fichinha, pobre de mim. Carioca não bebe, tira onda que bebe. Em São Paulo não bebem, consomem produtos alcóolicos. Na Bahia, têm preguiça de beber, e eu mos entendo muito bem. Mineiro não para de beber, vai pegar outra cachaça! Sério.

E como Minas está no papo, baixei o Minas do Milton Nascimento. Véi, o Clube da Esquina já é muito viciante, e pelo que falam do Minas. Está cá tocando a segunda música e, francamente... Momento viadinho: Milton conduz em sua voz um coração que é mineiro de amizade, boa prosa e muitos tragos de cachaça. Quero Milton conversando no bar.

Este final de semana nada de cozinhar, nem adianta mandar pra cozinha este vagabundo que vos fala. É momento de porres homéricos e consumir deliciosos torremos. E eu não sei fazer torresmo, nem nunca poderei fazê-lo, porque só um mineiro em alma é capaz de preparar o bicho perfeitamente. O papo tá bom, mas, eita, deixa eu ir lá preparar a mala!

Update: não resisti e posto aqui a capa de Minas do Milton, ô belezuca: